quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Mercado público de Caucaia estará reformado ainda neste ano

Novo equipamento, no Centro do Município, está sendo construído por meio de Parceria Público Privada (PPP)
Fortaleza. Após 23 anos sem passar por uma restauração, o Mercado Público de Caucaia chegou a seu limite de degradação e, como consequência, esvaziamento da clientela. Eis que agora, finalmente, o equipamento não apenas está sendo reformado como ampliado.

O projeto do novo mercado é do arquiteto Luiz Nunes, que se inspirou em equipamentos similares de países europeus. Rampa e escada rolante facilitarão o acesso da clientela que já reclamava por melhor estabelecimento público na cidade


A iniciativa atende antiga reivindicação dos permissionários e, sobretudo, dos usuários, que reclamavam da falta de manutenção e, acima de tudo, das precárias condições de higiene. Com isso, a administração municipal, por meio de recursos da Parcerias Público Privadas (PPP), se propõe a oferecer, ainda neste ano, um estabelecimento comercial adequado às necessidades do público, moderno e diferenciado em todo o Estado.

Contrato
O secretário de Infraestrutura e Urbanismo da Prefeitura de Caucaia, José Marques Feitosa, informa que o projeto é do arquiteto Luis Nunes, que se inspirou em equipamentos similares de outros países, inclusive da Europa. Com dois andares, o novo Mercado Público de Caucaia contará com uma rampa para facilitar o acesso de pessoas com necessidades especiais, mais das mercadorias entre um pavimento e outro, e mais uma escada rolante apenas para subir.

Além da reforma e ampliação do mercado, também está prevista a construção do Mercado da Jurema. Ambos os equipamentos receberão intervenções por meio de uma PPP com a construtora SR Empreendimentos Imobiliários, no valor de R$ 8.762.336,16. O contrato tem um período de 20 anos.

A construção e reforma dos dois mercados estão previstos para serem concluídos em 300 dias, contados a partir da assinatura da ordem de serviço, que foi feita em 31 de outubro de 2011. Contando que a empresa tinha ainda 30 dias para iniciar as obras, o que dá, na realidade, um prazo de 330 dias.

No entanto, José Marques duvida que o cronograma da obra possa ficar concluído até outubro próximo. "Existem contratempos naturais, mas nada que impeça que o serviço esteja concluído ainda neste ano", ressaltou o secretário.

Ele lembra que é uma ação retardada, porque vinha se criando um ambiente bastante precário e degradado para o comércio de alimentos. Outro problema apontado é com relação ao crescimento do comércio ambulante que se vem ampliando no entorno do antigo mercado.

Centro e Jurema
A reforma e ampliação terá como objetivo criar vagas de estacionamento (57 vagas), facilitar a circulação interna e externa de pessoas, melhorar as condições de higiene do equipamento, permitir acessibilidade e ampliar o número de boxes e lojas.

No fim da obra, o mercado terá como área construída no térreo 4.190 m² e no pavimento superior 4.760 m². Haverá no térreo 43 lojas, 328 boxes; no superior serão 378 boxes, 34 lanchonetes e 16 cafés. Uma das intervenções previstas no novo projeto do mercado é a construção de uma praça no entorno. O lugar vem sendo ocupado por ambulantes e, com a urbanização, a meta é que o espaço seja melhor ocupado.

"Atualmente, a área vem sendo ocupada por ambulantes, e com a reforma e retirada desses comerciantes, o temor maior é que novos ocupantes vem a fazer uso daquele local", disse o secretário de Infraestrutura. A construção da praça será o passo seguinte à conclusão dos serviços de reforma e ampliação do mercado público.

Até lá, a administração municipal fará um novo cadastro de permissionários de modo a ocupar os futuros boxes do novo equipamento, conforme salienta José Marques.

Enquanto isso, a construção do mercado da Jurema consistirá da criação de vagas de estacionamento, sendo 62 vagas rotativas nas ruas em torno do mercado e 72 vagas fechadas; acessibilidade em todas as dependências, cisternas de águas fluviais para aproveitamento da água da chuva para limpeza, lavagem de calçadas e jardins; e mini estação de tratamento de esgoto.

O novo mercado terá 4.912 m² de área construída, em 256 boxes, 56 lojas e 20 lanchonetes. Para o secretário, são ações providenciais que implicarão na melhoria da qualidade de vida do cidadão de Caucaia e na melhoria das relações entre consumidores e fornecedores.

Permissionário quer maior manutenção e segurança
O prédio antigo foi construído há 23 anos e conta com dois pavimentos, sendo que o andar superior está praticamente abandonado. Ao invés disso, a movimentação de comerciantes ocorre na parte externa FOTO: EDILENE VASCONCELLOS


Momentos de muita expectativa sobre a inauguração do novo mercado de Caucaia são vividos não apenas pelos permissionários como pela própria administração. O fato é que a precariedade e mais a insegurança, que tem atraído para o velho prédio desocupados e viciados, são considerados como pontos prioritários a ser combatidos com a reforma.

O administrador Sansão Pereira Lima lembra que o estado de degradação somente tem aumentado com o passar do tempo. Para piorar, segundo observa, tem aumentado o número de ambulantes que se instalam nas adjacências, na esperança de que também sejam agraciados com os futuros boxes.

Crença
"Aqui, vem gente de toda parte, inclusive de Fortaleza. Todos estão crentes de que receberão seus compartimentos para comercialização de produtos", afirma Sansão. Os 23 anos sem reforma no mercado são vistos pelo administrador como fator preponderante para o afastamento do público do local.

A ideia de reformar, ao invés de construir um novo mercado, conforme lembra Sansão, partiu dos próprios permissionários. Por ocasião dos estudos sobre um novo destino, a maioria optou por permanecer no mesmo local, haja vista as décadas de convivência com a população da sede de Caucaia e seus distritos.

Insegurança
Para o permissionário João Luiz Rocha, as preocupações para o futuro são com relação a preservação e, principalmente, com a segurança. No primeiro aspecto, lembra que uma reforma com essa dimensão obriga que haja serviços de manutenção, que, muitas vezes, acabam sendo negligenciados.

Com relação à insegurança, diz que o mercado atual é um atrativo para desocupados e viciados, causando, assim, um distanciamento da clientela.

Para João Luiz, ambas as dificuldades não são difíceis de serem superadas, uma vez que os particulares que ficarão na administração são os mais interessados no sucesso do empreendimento para que compense o investimento no segmento. Pelo contato, a exploração de particulares será pelo período de 20 anos, depois retornando para a esfera municipal de Caucaia.

Ele diz que o aumento no valor da taxa de permissão é uma questão menor, se houver realmente maior atenção para os itens fundamentais de bom funcionamento para as relações com o consumidor.

Pioneirismo
João Luiz, que atua no setor de carne, está 33 anos na atividade. Ele conta que foi um dos pioneiros como permissionário, quando havia o mercado antigo, que foi demolido para construir o atual. Tal como o administrador Sansão, ele também critica o extenso tempo de descaso com o mercado, deixando que suas instalações se degradassem pelo tempo e a falta de manutenção.

"Aqui, temos bancas feitas com madeira, que tomam conta de corredores e isso somente prejudica a imagem daqueles que querem trabalhar de forma correta e atender às necessidades de nossos consumidores", afirma João Luiz. Na sua dele, há uma esperança de que novos hábitos deverão prevalecer e fazer com que a tradição do mercado público seja mantida como uma maneira de se obter produtos mais baratos e de qualidade.

Mais informações:
Prefeitura de Caucaia
Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo
CE-085 N°. 1076 - Fazenda Soledade
Telefone: (85) 3342.8151

MARCUS PEIXOTOREPÓRTER

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